Capítulo 1. Parte 2.
Como Gustav não fez menção de pegá-las, Nikki deixou as chaves sobre o balcão. No que dependia dela, jamais iria querer ver aquelas chaves novamente. Não podia culpar Gustav por se sentir daquela forma.
- Nunca engoli muito bem este arranjo -Resmungou Gustav.
- Bem, Você não é exatamente a minoria, nesse caso. - Ela só se permitiria ser tão sincera com Gustav. Qualquer outra pessoa receberia apenas um silêncio hostil e desafiador, um mecanismo de defesa que datava de sua adolescência.
- Mas esta acabado, agora.
A morte tinha um modo próprio de encerrar as coisas.
- Como esta sua mãe? - Perguntou Gustav - Ela foi ao funeral?
- Não - Respondeu Nikki, com a voz cansada. - É claro que não. Ela foi dar um passeio no lago Wanaka. Acredito que vá se despedir dele lá.
- Raquel vai trabalhar no bar esta noite? - quis saber Gustav e Nikki assentiu.
- Sim. A propósito, você esta convidado a descer para beber em honra ao morto, esta noite. Discretamente, é claro, mas é por conta da casa.
- Ela o amava - comentou o homem, irritado. - Pelo menos isso, você precisa admitir.
- Eu sei. É só que.... - Nikki tentava ao máximo não ser amarga, mas acabara de passar a atarde removendo todos os traços da presença da mãe da vida de autoindulgente de James Caputo. No processo, ficara muito claro de que a mãe abrira mão por causa dele e o que recebera em troca. - Eu sei.
O mal humor de Nikki não era culpa de Gustav. Assim como não fora culpa dele ter tido o azar de se ver responsável por tomar conta da jovem Nikki, toda vez que a Raquel Elisabeth Wagger subia até a cabana para ficar com seu amante casado. E isso se estendera até Nikki ter idade o bastante para não precisar mais de babá.
Gustav a ensinara a esquiar, lhe mostrava a montanha e a mantivera em segurança em ralação a tudo que estava ao seu alcance. Só que isso não incluía a amarga realidade. Nada poderia manter Nikki a salvo da realidade.
A vida de Nikki havia mudado completamente depois que o romance entre James e Raquel viera a tona. A garota perdera amigos e não tivera disposição para fazer novos. E quando os garotos começaram a prestar atenção nela - O que não demorou a acontecer -, Nikki descobrira que sua antigas amigas poderiam ser inimigas furiosas e invejosas que sabiam exatamente como magoá-la profundamente.
- Você vai ficar aqui na cidade por um tempo? - Perguntou Gustav. - para ajudar sua mãe a se adaptar?
Nikki deu de ombros.
- Posso ficar por mais duas semanas. Depois terei que voltar para o trabalho.
- Ouvi dizer que conseguiu emprego como desenhista lá.
_ É verdade. - O talento e uma ferrenha determinação haviam lhe conseguido um emprego como artista gráfica em uma empresa de efeitos especiais para o cinema. O trabalho garantia que ela não precisasse lidar com a realidade ao longo do dia. O que era ótimo.
- Você poderia fazer seu trabalho aqui?
- E por que eu iria querer fazer isso?
- Não sei. - Gustav pareceu hesitar. Ele coçou a cabeça e franziu o cenho. - Talvez você se sinta diferente aqui, agora que James se foi.
- Não sei por que me sentiria. Hanna ainda está qui.
Assim como Christopher E a viúva de James. - A reclusa Vivian Caputo. - Eles ainda são donos da metade da cidade. e nunca facilitaram nada para uma Wagger.
- Não foi fácil para nenhum de vocês - comentou Gustav. - Talvez agora seja um bom momento para deixarem de lado antigas desavenças.
- Você esta sendo racional - disse Nikki. - E a relação entre as Wagger e Caputo nunca foi racional.
- Não precisa ser assim - disse Gustav.
- Sim, precisa - disse ela baixinho, e se abriu para ele, por que Gustav era bondoso e a conhecia melhor que a maioria das pessoas. - Gustav, não quero voltar para cá. Aqui, estava sempre me escondendo das pessoas, usando máscaras para que os outros vissem o que queriam ver. Já na cidade onde moro atualmente......
- Ela deu de ombros. - Lá finalmente conseguir coragem para deixar as máscaras de lado e simplesmente ser eu. E gosto de ser eu.
Estava na hora de ir embora.
- Já está pronto para mandar a gôndola lá para baixo?
- Estou só esperando outro passageiro.
- Quem? - A estação estivera fechada desde a hora do almoço por causa do tempo ruim.
- Christopher.
- Que Christopher? - Mas Gustav Não respondeu. Nem a encarou.
Nikki sentiu seu estômago queimar. - Christopher Caputo esta aqui no alto da montanha?
- Subiu a poucas horas atrás. Esta no mirante.
- Fazendo o que?
Gustav deu de ombros.
- Mas... como ele pode estar aqui? - Nikki planejara sua incursão à cabana para uma hora em que nenhum membro da família Caputo estaria nem perto dali. - Por que ele não esta no funeral do pai?
- Eu não perguntei. O homem não estava querendo conversa, Nikki, queria espaço.
E agora ele dividiria todo o espaço com ela durante o caminho de volta, montanha abaixo. Christopher Caputo, Nikki Wagger e uma caixa cheia de evidências de caso de amor de 12 anos da mãe com o pai dele.
- Que ótimo... - murmurou Nikki. - Há alguma chance de conseguir que Christopher desça em outra gôndola?
- Não - respondeu Gustav. - Acabei de receber o alerta de nevasca. Vocês tem sorte por eu estar disposto a colocar esta em movimento. - Ele olhou pela janela de cabine de controle e acenou com a cabeça. - Hora de ir, gata. Lá está Christopher.
Nikki seguiu olhar de Gustav. E lá estava ele. Christopher Caputo. Andando a passos largos na direção da gôndola, os cabelos negros soprados pelo vento forte. Um homem tão imprevisível, temível e sexy, que sempre fazia se encolher por dentro.
- Que ótimo.... - disse Nikki irritada.
Ela pegou o gorro velho de lã com proteção para as orelhas, em um gancho na parede, e colocou sobre o que já usava.
Também enrolou o cachecol preto ao redor do pescoço e colocou os óculos de esqui. Gustav a encarava, impassível.
- Pelo que vejo, vai ficar com meu casaco - disse ele.
- Eu devolverei amanhã. - Ela checou o próprio visual e ficou satisfeita ao ver que não estava nada feminino.
- Os cabelos - ajudou Gustav.
- Oh. - Ela tirou os dois gorros, enrolou os cabelos negros no alto da cabeça e voltou a colocar os gorros. Seus cabelos negros eram um legado da mãe e a distinguiam ao longe. Os homens ficavam fascinados por eles. Nikki gostava dos próprios cabelos, mas naquele momento queria que ficassem escondidos. - Esta melhor?
- você parece prima do E.T do Alasca - respondeu ele. - Pelo que entendi, esta é a intenção.
- Sim. - Ela voltou a colocar os óculos.
- Ou você poderia ser você mesma - murmurou Gustav.
- Vá logo - disse Gustav, revirando os olhos. E quando Nikki se inclinou para abraçá-lo, ele se esquivou. - Pelo amor de Deus não me beije!
- Como quiser. - Nikki lhe deu um tapa bem masculino no braço. - Nos vemos no bar, á noite?
- Se o tempo melhorar - resmungou Gustav, relanceando o olhar para a tela do computador á sua frente. - E isso não vai acontecer. Diga a sua mãe que descerei amanhã a noite.
- farei isso.
- E diga a ela que sinto muito por sua perda. Não esqueça.
- Eu direi - falou Nikki, grata pela profunda compreensão que Gustav tinha da posição de sua mãe. Raquel, proprietária do Brazen Bar que, pelo que diziam, havia sido um presente de James, não receberia muito a simpatia de ninguém pela morte de James. Ela teria que lamentar a perda do amante em um silêncio solitário.
Gustav olhou para o céu, pela janela da torre.
- Boa sorte, pequena mantenha a cabeça baixa e feche a porta quando sair.
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CONTINUA....................
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